A trombose venosa profunda, comumente citada no meio médico pela sigla TVP, é uma condição séria que pode ter consequências graves para a saúde.
A doença é caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos dentro das veias profundas, mais comum nas veias das pernas, prejudicando o fluxo sanguíneo.
A trombose venosa profunda pode levar a complicações potencialmente fatais, como a embolia pulmonar.
Felizmente, existem medidas que podemos adotar no nosso estilo de vida para reduzir o risco de desenvolvermos essa doença preocupante.
A seguir, discutiremos os principais sintomas, algumas estratégias importantes para prevenir a trombose venosa profunda (TVP) e melhorar a saúde vascular das pernas.
A dra. Carla Starling tem uma jornada profissional marcada pela dedicação ao atendimento de pacientes com TVP e pela realização de exames de duplex scan, essenciais para um diagnóstico preciso e acompanhamento dos casos.
ENTENDENDO A TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
1) Sintomas
Os principais sintomas são inchaço, dor e vermelhidão na perna.
Quando há suspeita de trombose na perna deve-se procurar um serviço médico de urgência.
Geralmente, o quadro inicia com dor e inchaço em uma das pernas.
Outros sinais que também podem estar presentes são a vermelhidão da pele e aumento da temperatura no local de dor.
2) Fatores de risco
Os principais fatores de risco para trombose venosa profunda são:
– idade avançada
– imobilidade prolongada
– câncer
– cirurgia recente
– trauma
– história prévia de trombose
– anticoncepção e reposição hormonal
– gravidez e puerpério
– insuficiência venosa periférica
– obesidade
– tabagismo
– predisposição genética (trombofilias)
– viagens prolongadas
Pacientes acima de 40 anos apresentam risco significativamente maior do que os jovens.
A ocorrência de TVP é mais comum nos quatro primeiros meses de início do uso do anticoncepcional e o risco retorna aos patamares da população geral após quatro meses da suspensão da medicação.
As mulheres que fazem uso de estrógeno como reposição hormonal tem 2 a 4 vezes mais risco em relação às mulheres que não usam a medicação.
Estima-se que mulheres grávidas tem risco aumentado de 4 vezes comparado a mulheres não grávidas.
A produção de fibrinogênio está aumentada em gestantes, assim como os níveis dos fatores de coagulação, enquanto a atividade fibrinolítica está diminuída.
Além disso, ocorre a diminuição em 50% da velocidade do fluxo de sangue nas veias das pernas, principalmente entre a 25ª e a 29ª semana de gestação até a 6ª semana após o parto.
O fator de risco mais importante durante a gravidez é a trombofilia.
Nos pacientes cirúrgicos, o risco aumenta com a idade, obesidade, câncer, história pregressa de trombose, veias varicosas, paralisação de membro inferior, uso de terapia hormonal e a presença de trombofilias.
O risco de trombose venosa pode estender-se de 6 a 9 semanas.
As cirurgias ortopédicas de grande porte, especialmente a prótese total de quadril, de joelho e a correção de fratura de fêmur, são situações consideradas de alto risco.
DIAGNÓSTICO E MÉTODOS DE DETECÇÃO DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
O exame de sangue chamado de dímero-D é usado na suspeita de trombose, mas este exame é pouco específico, podendo ter resultado alterado em outras condições que não sejam trombose.
A confirmação do diagnóstico é feita através do exame de duplex scan venoso.
A ultrassonografia venosa também permite investigar outras causas de trombose venosa profunda e que podem se apresentar com dor nas pernas.
OPÇÕES DE TRATAMENTO DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: ABORDAGEM MÉDICA E CIRÚRGICA
O anticoagulante é a classe de medicação responsável pelo tratamento da trombose e seu início deve ser imediato.
Em alguns casos, torna-se necessário a internação hospitalar para início do tratamento, a fim de evitar a progressão do trombo e evolução para embolia pulmonar.
O tempo de tratamento com a medicação é variável, em torno de 3 a 6 meses.
Alguns casos específicos são indicados a intervenção endovascular para remoção do trombo.
O IMPACTO DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA NA SAÚDE
A trombose venosa profunda é a principal causa de morte entre os pacientes internados nos hospitais no mundo e a causa mais evitável.
Complicações e consequências
A complicação mais temida da trombose venosa profunda nas pernas é a embolia pulmonar, uma condição potencialmente fatal.
A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo de sangue que se desprende de uma veia da perna, por exemplo, é levado pela circulação e chega até o pulmão, obstruindo uma artéria.
A embolia pulmonar causa falta de ar, tosse, dor no peito e até a morte.
Outra complicação é a chamada síndrome pós-trombótica, que é o inchaço persistente das pernas após o período de tratamento devido à lesão das válvulas das veias.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Quando há suspeita de trombose na perna, deve-se procurar um serviço médico de urgência para confirmar ou descartar o diagnóstico.
Diante das possíveis complicações causadas pela TVP, muitas vezes o tratamento precoce é iniciado mesmo que o diagnóstico ainda esteja em andamento.
PROTEGENDO SUAS PERNAS: O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA PREVENIR A TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Meias elásticas de compressão
As meias elásticas de compressão graduada melhoram a circulação das pernas por meio da pressão que exercem na região do tornozelo.
Assim, as meias de compressão interferem diretamente no fluxo de sangue que deve retornar dos pés até o coração.
À medida que sobe na perna, a compressão da meia vai gradualmente reduzindo.
Existem meias de compressão próprias para serem usadas durante a cirurgia e no período de recuperação pós-operatória.
Porém, as meias de compressão graduada devem ser prescritas pelo médico angiologista/cirurgião vascular, visto que não são todas as pessoas que podem usá-la.
O uso de meias de compressão graduada pode ser recomendado para pessoas com maior risco de trombose nas pernas, principalmente aquelas que passam longos períodos em repouso.
Converse com seu médico vascular para se informar se você tem indicação de usar as meias de compressão.
Atividade física regular
A prática regular de atividade física é fundamental para a saúde vascular e por isso, a dra. Carla Starling sempre aborda este assunto durante os seus atendimentos.
O exercício estimula a circulação sanguínea, ajudando a prevenir o acúmulo de sangue nas veias.
A caminhada, natação, bicicleta, pilates são alguns exemplos de ótimas opções para melhorar a circulação nas pernas e reduzir o risco de formação de coágulos.
Combate à imobilidade
A movimentação precoce e fisioterapia motora contribuem na prevenção da trombose nas pernas no pós-operatório.
Outras situações em que a movimentação regular é importante incluem:
- após cirurgia
- durante internação
- em viagem prolongada.
Controle do peso
A obesidade é um fator de risco significativo para a TVP.
Manter um peso corporal adequado ajuda a aliviar a pressão sobre as veias e reduz a sobrecarga no sistema circulatório.
Uma dieta equilibrada e rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas é fundamental para manter o controle adequado do peso corporal.
Hidratação adequada
O hábito de beber água suficiente é essencial para manter a viscosidade do sangue e diminuir o risco de coagulação.
É especialmente importante manter-se hidratado durante viagens prolongadas ou períodos de imobilização.
Mudanças no estilo de vida
O cigarro prejudica a saúde vascular e aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos.
Além disso, o consumo excessivo de álcool pode deixar o sangue mais espesso e propiciar a formação de coágulos no sangue.
Dessa forma, parar de fumar e beber com moderação são passos importantes para reduzir o risco de TVP.
Medicação anticoagulante
Pessoas com alto risco para trombose venosa devem fazer acompanhamento regular com médico especialista, pois o uso de medicamentos anticoagulantes pode fazer parte de um dos métodos eficazes na prevenção.
Porém, essa medicação não deve ser usada inadvertidamente devido aos seu potencial risco de sangramentos.
Conscientização e educação
Manter-se informado sobre os sintomas e fatores de risco da trombose venosa contribui para que, na presença de suspeita, você saiba procurar ajuda médica rapidamente e evitar complicações.
VIAGENS E TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: MEDIDAS PREVENTIVAS PARA PASSAGEIROS
Faça intervalos durante viagens prolongadas
Durante viagens longas, ficar sentado por muito tempo pode prejudicar o fluxo sanguíneo nas pernas, aumentando o risco de TVP.
Nas viagens de ônibus ou carro acima de 4 horas de duração, é essencial fazer pausas regulares para se movimentar.
Nas viagens de avião muito prolongadas (acima de 4 horas), é essencial que você exercite suas pernas durante o voo.
Portanto, a recomendação é que você deve levantar-se, esticar as pernas e caminhar durante aproximadamente 10 minutos, a cada duas horas, a fim de melhorar a circulação das pernas.
Antes de viajar, converse com seu médico angiologista e cirurgião vascular para saber se você tem indicação de usar as meias elásticas de compressão ou quais outras medidas são necessárias durante uma viagem prolongada.
Saiba mais:
- Trombose na perna: conheça mais sobre essa doença
- Angiologista /Cirurgião Vascular
- Laser para vasinhos
- Varizes nas pernas
- Varizes na gravidez